Glossário Fora do Eixês

A

Articular: Unir ideias, trabalhos. Somar interesses em comum. Mobilizar atores sociais para construir uma nova postura. Organizar de forma conjunta e colaborativa diversas opiniões e pontos de vista através de comunicação intensa.

Ata: Documento que arquiva os principais itens discutidos nas reuniões, encontros e congressos. Em uma ata sempre constam as pautas, data, presentes e encaminhamentos da reunião. Assim, quem não participou pode se atualizar quanto aos assuntos por este documento. A “ata permanente” é um documento que contém links que redirecionam para outras atas.

B

Bancada: Grupo que trabalha o fortalecimento e azeitamento de questões específicas (ler “azeitar”). No Fora do Eixo, o termo é utilizado para expressar o conjunto de pessoas que pautam determinado assunto com o objetivo de atender às necessidades do mesmo. Ex. As #FEmininas têm formado uma bancada forte  no último ano, representando as mulheres da rede.

Banco de estímulo: Incentivo. Armazenamento de motivações pessoais e intimistas nas pessoas envolvidas com o Fora do Eixo. Impulso que encoraja e anima alguém a realizar uma atividade.

Banquinha: Ponto de venda de produtos culturais de artistas independentes que podem ser ligados ou não aos coletivos que integram o Circuito Fora do Eixo. Nas banquinhas são vendidos discos, livros, dvd’s, chaveiros, bottons, adesivos, entre outros. Nelas, há também a distribuição gratuita de materiais como fanzines, jornais e revistas culturais.

C

CAFE (Casa FdE): Sigla usada para referir-se à Casa Fora do Eixo. Sede do ponto de articulação local, regional ou nacional do Fora do Eixo em determinada cidade. Requer elementos de sustentabilidade, metodologias e tecnologias sociais aplicadas na rede, tais como caixa coletivo, produção local de eventos regulares, hospedagem solidária, movimentação da moeda complementar FdE Card, entre outros. Cada CAFE, ou Casa FdE, opera como residência, espaço de trabalho e de intercâmbio de valores, metodologias, tecnologias e vivências da rede de forma irrestrita. Todas as Casas Fora do Eixo são campi da UniFdE.

Caixa coletivo: Tecnologia de gestão colaborativa de recursos. Forma de aproximar os integrantes de um coletivo através do exercício colaborativo financeiro a fim de gerir recursos que vem de cada indivíduo de forma coletiva.

Card: Moeda complementar que sistematiza as trocas de conhecimentos, tecnologias, serviços e produtos correntes no Fora do Eixo. Pautado nos princípios da Economia Solidária, este sistema movimenta o mercado de trabalho dos grupos envolvidos, fomentando o desenvolvimento de novas alternativas para a sustentabilidade coletiva. Sua circulação beneficia a redistribuição dos recursos na esfera da própria comunidade. Cada FdE$ 1,00 equivale a R$1,00.

Cobertura Colaborativa: É a cobertura de um evento realizada por pessoas de diversas áreas da comunicação e pautada no midialivrismo e participação aberta, gerando conteúdo textual, fotográfico, audiovisual, podcasts e atualização de redes sociais. Gera um resultado final significativo tanto em quantidade quanto em qualidade, além de ser colaborativo e diversificado, por permitir que cada um coloque seu olhar sobre o tema.

Coluna: Agentes do Fora do Eixo que circulam pelo Brasil e demais países da América Latina compartilhando tecnologias sociais e informações da rede como um todo. As Colunas articulam novas relações e estabelecem mais pontos parceiros, além de prestar uma consultoria especializada para coletivos em formação.

Compartilhar: Espalhar, (re)passar informações através de conversas diretas e código aberto. Somar. Participar de. Divulgar. Configurar permissões para pastas e arquivos salvos no computador.

D

Demanda: Atividade a ser realizada. “Entregas” desenvolvidas uma pessoa e/ou coletivo. Troca de serviços. Ex: A news está quase pronta, vamos entregar esta demanda amanhã pela noite. Ler também “Entrega”.

E

Encaminhar/encaminhamento: Processo de sistematização e realização de ações concretas, desenvolvidas a partir da organização compartilhada entre os coletivos, com planos, prazos de trabalho e uso das metodologias da rede. A capacidade de converter os processos em encaminhamentos práticos (produtos que circulam, eventos organizados, estratégias de comunicação, entre outros) é uma característica forte do Fora do Eixo

Endossar: Apoiar. Estar de acordo. Auxiliar. Defender. Confiar a responsabilidade em alguém ou em um grupo.

Entrega: Conclusão de uma ação, ou demanda, que visa devolver ou pontencializar uma ação pensada coletivamente.. Ler também “demanda”

Equilíbrio online/offline: Estratégia para conectar pessoas e processos de forma colaborativa, equilibrando as atividades desenvolvidas virtual e presencialmente. Equilíbrio de ações mobilização via redes sociais e reuniões no IRC, somado à congressos, fóruns, colunas,  imersões, entre demais ações presenciais.

F

FEmininas: Bancada que pauta o equilíbrio de oportunidades de gênero, ocupação de espaço e protagonismo feminino em diversos campos de atuação e movimentos sociais. O Fora do Eixo conta com grande parcela de mulheres na gestão de seus projetos;  #FEmininas é o termo usado para representá-las, buscado a ruptura de paradigmas e a reinvenção de conceitos da mulher inserida no movimento social.

F5: Atualização constante de dados e informações. Interpretação crítica dos processos e avanços de trabalho do Fora do Eixo. “Dar um F5” simboliza a permanente renovação e sistematização em tempo real das ideias e projetos que estão sempre em (re)construção.

H

Hackerismo: Estilo de vida, comportamento tático. Hackerismo é radicalizar na utilização de plataformas, ferramentas, objetos e tecnologias. “Hackear” é utilizar-se da improvisação e do código aberto para dar vida ao que está estagnado, compartilhando abertamente as beneficies da sua utilização.

Horizontalidade: Visão não hierárquica de um grupo, que preza pela partilha da informação ao alcance de todos os seus integrantes. Transparência na publicização de ações. Distribuição de decisões e gestão compartilhada, fortalecendo o trabalho coletivo e ampliando o conhecimento mútuo e as metodologias de trabalho e tecnologias sociais.

I

Imersão: Processo de vivência in loco, no qual integrantes de coletivos, frentes ou grupos artísticos passam por debates, reuniões e capacitações, a fim de aprimorar a compreensão de objetivos e metas, bem como seu modo de organização. As imersões têm servido como momentos estratégicos para a construção e trocas de experiências, que potencializam os agentes culturais envolvidos em sua atuação local, regional, ou nacional.

L

Lastro: Aprovação assegurada por um grupo para desenvolver determinado trabalho, coletivo ou frente. Ter o lastro na fala representa possuir peso, base e fundamento, pautados sobretudo nas práticas cotidianas e na construção de processo, para garantir os encaminhamentos necessários para que uma ação tenha êxito durante sua construção coletiva.

M

Mandar o rap: discursar presencial ou virtualmente sobre um assunto, ou sobre uma tecnologia e suas filosofias e práticas, com o intuito de dar uma visão geral e contaminar positivamente os demais interlocutores.

Modo de Organização: compreende as formas de estruturação do Fora do Eixo e/ou de seus coletivos. Na rede, optamos pelo termo para evitar a hierarquia pressuposta nos termos fluxograma e organograma, não-condizentes com a realidade do Circuito e responsável pela adoção do uso “Modo de Organização”.

N

Nivelar o discurso: Termo que corresponde ao nivelamento do discurso de um grupo quanto ao esclarecimento da conjuntura, fazendo com que a discursiva desses membros tenha uma coesão de esclarecimento. Parte-se do princípio que todos compreendam determinada situação e o debate se dê a partir disso, sem necessariamente debater esses pontos da conjuntura. Ler também “refém do esclarecimento”.

Nóis: Modo de cumprimentar usado corriqueiramente na rede. Representa incentivo e união. Estar de acordo com algo ou alguém.

Nucleo Durável: Dentro de um coletivo, há vários níveis de envolvimento e comprometimento. O núcleo durável é justamente o grupo de pessoas mais comprometias do coletivo, responsáveis pela gestão dos principais projetos e da equipe, que tem o coletivo como o projeto prioritário de suas vidas.

O

Onda: mobilização pontual e intensa para divulgação nas redes sociais, a partir da qual são enviadas frases para que todos possam difundir no twitter e facebook ao “curtir, comentar e compartilhar”, além de enviar links para todos os contatos on-line.

P

PAN: Sigla para Ponto de Articulação Nacional. Agentes que operam a articulação dos coletivos e frentes de gestão no Fora do Eixo. O PAN é um conselho deliberativo que se propõe a mediar e articular as diversas atividades que formam os arranjos criativos locais dos coletivos.

Papo reto: Conversa direta, clara, prática e objetiva sobre assuntos que exigem concentração, seriedade, cumplicidade e humildade, para que não sejam geradas afrontas entre os agentes da rede e se supere as dificuldades vivenciadas coletivamente.

Ponto Fora do Eixo: Coletivo que se propõe a ser um articulador do arranjo criativo local, identificando parceiros, público, trocas, artistas, comunicadores e demais agentes envolvidos, a fim de formar, articular e executar ações estratégicas para o cenário cultural. Os Coletivos – Pontos Fora do Eixo – também podem atuar em linguagem específica, agindo como articuladores deste recorte no cenário cultural para, deste modo, desenvolver ações específicas locais.

R

Relatorizar: Descrever. Contar. Narrar uma experiência vivenciada. Utilizado para fazer a ata, ou relatório de determinado acontecimento. Ler também “ata”.

S

Silas: “Dar uma de Silas” representa o ato de transferir e/ou cobrar do próximo uma responsabilidade sua, o que se torna um grave problema de confiança e lastro com um grupo. Silas foi jogador nos anos 80 e se tornou treinador. Sua primeira equipe treinada, o Grêmio, de Porto Alegre/RS perdeu todos os jogos,  chegando à zona de rebaixamento. Entretanto, em entrevista coletiva, o técnico culpou os jogadores, que segundo ele não estavam comprometidos e não entendiam a técnica. Despediram-no do Grêmio e ele foi para o Flamengo (RJ). Lá, perdeu 3 jogos e, novamente, se queixou dos jogadores.

Sevirologia : A arte de “se virar” para alcançar um resultado satisfatório. Na ausência de equipamentos ou domínio sobre determinados conhecimentos e/ou ferramentas tecnológicas, uma pessoa pró-ativa pode desenrolar as ações com os recursos que possuem e, assim, adquirir novos conhecimentos ou descobrir outras possibilidades de intervenção social.

Simulacro: Os Simulacros Fora do Eixo (Partido, Universidade, Banco e Mídia) tem como objetivo disputar o modelo de sociedade em que vivemos, apresentando como propostas concretas de reorganização das estruturas econômicas, polítcas e sociais. O simulacro não representa um modelo de total semelhança, para que não seja impossível a novidade e a diversidade dentro dele, mas sim “destruir os modelos e as cópias para instaurar o caos (organizado) que o mesmo cria.

Surfar: Ter domínio sobre determinado assunto, ou tecnologia. Sentir segurança para dialogar e usufruir sobre uma questão ou resultado alcançado.

T

V

Virar a chavinha: Quando alguém passa a visualizar determinado contexto de forma diferente de como compreendia anteriormente, passando a modificar seu comportamento a partir desta compreensão.

Volta no Maranhão: Expressão utilizada quando a pessoa poderia fazer alguma ação de forma rápida e prática, mas por devidos fatores de não organicidade, faz um caminho mais comprido e demorado.

 

Z

Zona Autônoma Temporária: Espaço de contaminação de idéias, informações, valores e tecnologias por um período de tempo determinado. Ler também “contaminar”.

Zona Autônoma Permanente: Espaço de contaminação das idéias, informações, valores e tecnologias por um período de tempo indeterminado. Ler também “contaminar”.

Zona de Conforto: Quando em que uma pessoa ou grupo se acomoda em determinada situação. “Abrir mão da zona de conforto” é renunciar uma postura e adotar uma nova em prol do crescimento pessoal e coletivo.